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Orientações para Bibliotecas Públicas do RS – COVID 19

SISTEMA ESTADUAL DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS
BIBLIOTECAS PÚBLICAS DO RS FACE À PANDEMIA DE COVID-19: ORIENTAÇÕES


Em conformidade com o DECRETO Nº 55.240, DE 10 DE MAIO DE 2020 que Institui o
Sistema de Distanciamento Controlado para fins de prevenção e de enfrentamento à epidemia
causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, reitera
a declaração de estado de calamidade pública em todo o território estadual e dá outras
providências, o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas vêm orientar as bibliotecas públicas
municipais e estaduais do RS quanto aos cuidados referentes ao retorno gradual dos serviços
em bibliotecas.


Em primeiro lugar, devemos observar que a reabertura deverá obedecer ao determinado
no Decreto, portanto, para que as bibliotecas retornem as suas atividades, o município deve estar na bandeira AMARELA. Salientamos, porém, que a biblioteca não poderá voltar totalmente à normalidade, já que a pandemia continua e não há ainda uma vacina para a COVID-19.


O ideal seria que até o fim da pandemia, as bibliotecas permanecessem somente com
teletrabalho, mas, caso haja a decisão, por parte dos gestores municipais, de reabertura desses espaços, deve-se adotar os procedimentos de segurança e prevenção. É fundamental que todas as ações da administração municipal sejam validadas por profissionais de saúde, minimizando os riscos de contaminação para as equipes de bibliotecas e para leitores e leitoras.


Organizamos abaixo orientações para lidar com o coronavírus nos ambientes de
bibliotecas. Além das referências ao final, utilizamos também algumas orientações do SEBP de
Minas Gerais.


Reiteramos que consideramos prudente manter as bibliotecas públicas e comunitárias com
seus serviços presenciais suspensos até o fim da pandemia e que se busque formas alternativas de manter contato com a comunidade de leitores, por exemplo, usando tecnologias de informação e comunicação.
Comunicação
A comunicação é essencial e muito mais agora. As bibliotecas precisam ter calma e
comunicar, tanto para os funcionários quanto para os usuários, que são locais seguros, livres de vírus e confiáveis. Sendo assim, não basta apenas comunicar o dia de abertura, mas também explicar quais as medidas sanitárias higiênicas foram realizadas no espaço físico e nos recursos das bibliotecas e quais as que ainda serão realizadas.


Essa comunicação será refletida no protocolo de ação e deve ser feita por meio da própria
biblioteca (site, redes sociais, e-mail, cartazes, publicidade…), mídia local (imprensa digital e de papel, rádio , televisão …), mídia da organização ou instituição da qual a biblioteca ou bibliotecas dependem (press releases, redes sociais corporativas / institucionais…).
As pessoas que frequentam a biblioteca também devem ser informadas sobre os padrões
preventivos de higiene por meio de cartazes e folhetos, como os disponibilizados pelo Ministério da Saúde.


Orientações gerais

  1. Limitar o número de pessoas nos espaços da biblioteca ou na entrada do edifício (regra de ocupação máxima indicativa de 2m² por pessoa).
  2. Distanciamento social mínimo de 2 metros entre as pessoas.
  3. Utilização de equipamento de proteção individual como luvas e máscara pela equipe da
    biblioteca e máscara pelos leitores.
  4. Lavagem regular das mãos com água e sabão ou aplicação de álcool gel 70%, especialmente após manipulação de superfícies potencialmente contaminadas e antes de iniciar uma nova tarefa;
  5. Limitar a presença do número de trabalhadores presentes através da rotação das equipes que desempenham funções não compatíveis com o teletrabalho. Grupos de riscos devem ser afastados das funções presenciais.
  6. Orientar as pessoas para que ao tossir ou espirrar, cubram o nariz e a boca com lenço
    descartável; descartem o lenço no lixo e lavem as mãos; caso apresentem sintomas de resfriado, evitar contato com outras pessoas e permaneçam em casa.
  7. Manter os ambientes ventilados.
  8. Não compartilhar objetos de uso pessoal, como canetas, lápis, copos, celular, etc.
  9. Manter as superfícies livres de adornos e os objetos de trabalho limpos.
  10. Manter também a higiene do rosto e cabelos.
  11. Evitar levar as mãos à boca e nariz antes de estarem limpas.
  12. Antes de manusear objetos de uso compartilhado, lavar as mãos.
    Higienização do ambiente
    Esse tópico se torna altamente relevante no contexto das bibliotecas, por serem espaços pelos quais, normalmente, circulam dezenas de pessoas diariamente. Assim, podemos adaptar para as bibliotecas o procedimento da ANVISA para limpeza e desinfecção de ambientes, equipamentos, utensílios potencialmente contaminados, a fim de minimizar os riscos de contaminação nesses equipamentos culturais:
    • Nunca varrer superfícies a seco, pois esse ato favorece a dispersão de microrganismos que são veiculados pelas partículas de pó. Se for necessário, deve ser utilizada a técnica de varredura úmida.
    • Limpar todas as superfícies de trabalho como mesas e balcões diariamente, bem como as superfícies potencialmente contaminadas, tais como cadeiras/ poltronas, corrimãos, maçanetas, apoios de braços, encostos, bandejas, interruptores de luz e ar, controles remotos, paredes adjacentes, portas e janelas, com produtos autorizados para este fim.
    • Não utilizar adornos (anéis, pulseiras, relógios, colares, piercing, brincos) durante a realização dos procedimentos de limpeza.
    • Manter os cabelos presos, barba feita ou aparada e protegida, unhas limpas e aparadas. Os calçados devem ser fechados e impermeáveis. Lembrar que o uso de luvas não substitui a higiene adequada das mãos com água e sabão. O uso de álcool gel 70% é pertinente após higiene adequada das mãos.
    • Friccionar as superfícies com pano embebido com água e detergente neutro ou enzimático, entre outros de igual ou superior eficiência. Após o procedimento de limpeza e desinfecção, nunca tocar desnecessariamente superfícies, equipamentos, utensílios ou materiais (tais como telefones, maçanetas, portas) enquanto estiver com luvas, para evitar a transferência de
    microrganismos para outros ambientes e pessoas.
    • Utilizar produtos saneantes devidamente regularizados na Anvisa.
    • Utilizar produto de limpeza ou desinfecção compatível com material do equipamento/superfície.
    • Lixeiras: aplicar um desinfetante de uso geral, deixar agir por 30 minutos e depois enxaguar.
    • Panos de limpeza: a lavagem com sabão em pó e enxague é suficiente para eliminar o vírus dos tecidos, mas a água utilizada em baldes destinada a esse fim deve ser trocada com frequência.
    Atentar para limpeza frequente das superfícies de contato, pois, de acordo com um estudo publicado no The New England Journal of Medicine e comunicado pelo G1, os períodos em que o novo Coronavírus se mantém ativo em diferentes superfícies, ainda que variáveis de acordo com temperatura e umidade, são os seguintes:
    • Plástico: até 72 horas
    • Aço inoxidável: até 72 horas
    • Cobre: até 8 horas
    • Cartão: até 24 horas
    • Aerossol/Poeiras: até 2h30
    Orientar os colaboradores a utilizarem produtos de limpeza compatíveis com as superfícies de trabalho, pisos e equipamentos, de modo a higienizá-los sem danificá-los; na falta de produtos específicos, utilizar solução de limpeza sendo uma (1) parte de água sanitária para nove (9) partes de água. Devem ser tomados cuidados específicos para limpeza do acervo bibliográfico (Fonte: AGUIA).
    Cuidados com o acervo
    Os estudos sobre as formas de contaminação pelo novo coronavírus ainda são incipientes e o que parece ser mais efetivo é a quarentena, ou seja, adotar formas de deixar o tempo agir
    (Artigo da American Library Association).
    Transcrevemos orientações compiladas, traduzidas e elaboradas por Jullyana Araujo
    (PPACT/MAST) e publicadas pelo Conselho Regional de Biblioteconomia 8ª Região sobre
    limpeza e cuidados com o acervo neste momento:
    • Todos os especialistas e conservadores ouvidos nos artigos consultados são absolutamente contra a limpeza do acervo utilizando produtos como desinfetantes, cloros e álcool, seja em aerossol ou líquidos.
    • O motivo da não recomendação de limpeza é simples: tais produtos têm grande potencial para danificar livros e outras peças de valor, por vezes de maneira irreversível. Podem causar oxidação, dissolução de tintas, de anotações, desbotamento da cor, etc. É preferível isolar o acervo/a coleção/os itens por um período de tempo em que o vírus não sobreviva mais.
    • Utilizar raios UV também não é recomendado: podem causar forte oxidação e, no geral, não é possível o alcance em todos os “cantos” do item.
    • Objetos históricos, móveis e outras artes decorativas têm a mesma recomendação: sem limpeza agressiva e produtos químicos fortes sem saber quais serão as consequências a longo prazo e sem consultar um conservador-restaurador.
    • Para livros que possam ter estado em contato com o vírus, o desinfetante mais eficiente seria justamente não fazer nada – esperar e manter os livros em quarentena por pelo menos 14 dias.
    Evita-se duas coisas: a transmissão, e danificá-los com a aplicação de materiais de limpeza.
    • O recomendado é a limpeza apenas de áreas comuns e locais que muitos tocam, como
    maçanetas, mesas, cadeiras, bancadas, etc.
    • Na limpeza de superfícies e locais de uso comum recomenda-se o uso de luvas e, se possível, óculos de proteção. Devido à escassez desses EPIs no momento e à prioridade dos profissionais da saúde, caso a instituição esteja fechada, a limpeza deve ser feita quando for possível funcionar novamente.
    • O isolamento é a medida recomendada tanto durante quanto após a pandemia, no caso de devoluções de livros e outros, por exemplo. Durante, preserva-se a saúde dos trabalhadores e também do acervo; após, colocando livros devolvidos em quarentena, evita-se contágios desnecessários.
    • Falando do pós-pandemia, recomenda-se uma quarentena para todos os itens devolvidos às bibliotecas. Para manuseá-los para dentro e fora dessa quarentena, recomenda-se o uso de luvas que devem ser descartadas imediatamente após o manuseio, para que nada mais seja tocado.
    Após isso, lavar as mãos da maneira e pela quantidade de tempo recomendada pela Organização Mundial da Saúde.
    • Isolamento a nível de objeto, de item pode ser feito colocando-os em bolsas plásticas com zíper, tomando o cuidado de colocar uma etiqueta com a informação do objeto, a data de colocação na bolsa, e o motivo.
    • Caso um espaço para quarentena não seja possível, os itens podem ser colocados em
    bolsas/sacolas, que deverão ser lacradas por até 14 dias.
    • Os livros que tenham sido utilizados por pessoas doentes devem ser colocados em bolsas de plástico com fecho duplo. Uma vez com o livro dentro, é necessário limpar o exterior da bolsa com um produto de limpeza apropriado. Cuidado para que o produto não entre dentro da bolsa.
    Uma vez limpo, manter a bolsa em zona segura e isolada por 14 dias.
    • Atenção: Dependendo das próximas semanas, é recomendável checar se o acervo tem algum risco de vazamentos repentinos; infiltrações; roubos e/ou furtos e enchentes. Se possível, eleger uma pessoa para periodicamente ir checar o acervo.
    • Se existe o plano ou pensamento de limpar e/ou desinfetar coleções, durante ou após a pandemia, entenda e aceite que irão ocorrer danos e/ou perdas de material.
    No momento, o desinfetante, a limpeza mais barata, simples, segura e eficiente é o tempo.
    Proteção individual das equipes
    As equipes das bibliotecas devem utilizar luvas e máscaras sempre que manipularem
    documentos ou estiverem em contato com superfícies potencialmente contaminadas. Devem proceder à higienização regular das mãos de acordo com as indicações do Ministério da Saúde.
    O cumprimento destas medidas são especialmente importantes sempre que saírem ou
    entrarem num novo espaço ou iniciarem uma nova tarefa.
    Reforçamos que é responsabilidade da administração municipal a garantia de segurança dos profissionais das bibliotecas, assim como o fornecimento de equipamentos de proteção
    individual.
    Morganah Marcon, CRB-10/1024
    Coordenadora do SEBP-RS