O novo discurso da Biblioteconomia

De 6 anos pra cá tenho ouvido/visto que graças a Ranganathan a área da Biblioteconomia tem mudado o discurso para algo coerente com as demandas da sociedade.
Sair do “a gente organiza informação” para “a gente cuida de gente” parece um passo daqueles bem sofridos para alguns entenderem nosso propósito dentro de um sistema.
Me é mais surpreendente ver que muitas mentes cansadas resolveram olhar além de seus aventais e suas lupas, bibliotecas são para to(l)dos e não apenas uma parcela elitizada e rarefeita.
Me deixa mais esperançosa para um futuro de egressos borbulhando de ideias e vontades de mudar o status quo é quando há um consenso de que bibliotecário também é educador.(não adianta bater os pezinhos no chão que isso é coisa de quiança birrenta querides)
E assim inseridos na Educação – compreendendo esse nicho e dinâmicas da área – é nossa obrigação servir a todos sem distinção alguma.
A informação é a ferramenta.A biblioteca o lugar de referência.Mas quem faz a biblioteca é bibliotecário e as pessoas que ali a frequentam.
Tudo se resume às pessoas da comunidade.É pra eles quem você tá ralando aí 30/40/44 horas por semana.Não é pra livro, pra traça, pra registro, muito menos pro Estado: é para as pessoas da tua quebrada.
Tendo isso nítido na cuca, muita coisa da Biblioteconomia é explicada e aproveitada pra melhorarmos o cenário atual.
(literalmente somos os arautos do Destino e essa revolução vai começar entre as estantes quer queiram ou não)

Bruna Morgan – Estudante de Biblioteconomia
https://minhavidadeescriba.blogspot.com

2 pensou em “O novo discurso da Biblioteconomia

  1. Quando me formei em Biblioteconomia há quase 10 anos atrás, sai da faculdade tendo a plena certeza de que não sou apenas uma organizadora de livros na estante e muito menos uma Bibliotecária de referência. Eu sabia que meu papel dentro das instituições era muito mais importante que isso. Eu sabia que era educadora SIM, principalmente na biblioteca escolar. Eu sabia que não deveria criar raízes na minha cadeira e fazer cara feia toda vez que um usuário entrasse na minha biblioteca. Sim, MINHA, porque só aquele que se apropria da biblioteca é que sabe das inúmeras possibilidades que aquele ambiente mágico proporciona. O bibliotecário é o fio condutor daquele ambiente, é ele o elo entre o usuário e a informação. Ficar sentado atrás do balcão felizmente ficou pra trás, hoje somos transformadores. Eu me levanto sim da cadeira para ajudar aluno a fazer pesquisa, eu faço exposição e vou na sala de aula para falar de novas aquisições e de aquisições nem tão novas assim, eu ajudo sim professor a preparar aula na biblioteca, eu ajudo (e muito) a fazer uma mostra cultural, um sarau na MINHA biblioteca.
    E estou falando apenas do bibliotecário na escola (porque tenho propriedade para falar dele). Fora o bibliotecário nas faculdades, nas empresas, nas ONGs, nos centros culturais.
    Quem ainda não entendeu os novos tempos da biblioteconomia está na profissão errada.

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